- Mandados de busca e apreensão são cumpridos em quatro cidades do estado; R$ 17 milhões em bens dos envolvidos são bloqueados
A operação em curso no Pará investiga fraudes que possibilitaram a venda de 7,4 mil bois criados de forma ilegal em terras indígenas no estado. A ação busca desmantelar uma rede de irregularidades envolvendo a criação e comercialização de gado bovino proveniente de áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação.
Até o momento, mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em cidades do sudeste paraense, incluindo São Félix do Xingu, Parauapebas, Tucumã e Água Azul do Norte. Além disso, R$ 17 milhões em bens pertencentes aos envolvidos nas fraudes foram bloqueados.
O Ministério Público Federal (MPF) já ajuizou 25 ações judiciais contra alguns dos maiores compradores de bois provenientes de fazendas localizadas em terras indígenas. O órgão reforça que a comercialização desse gado violava a legislação ambiental e os direitos territoriais das comunidades indígenas.
A operação também gerou um alerta para os frigoríficos do estado que aderiram ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne Legal. O MPF enviou ofícios a essas empresas, reiterando o compromisso assumido no acordo, que as obriga a não adquirir gado oriundo de áreas ilegais, como terras indígenas ou unidades de conservação, nem de propriedades que estejam violando direitos indígenas ou ambientais.
As investigações seguem em andamento, com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos na cadeia criminosa, desde os responsáveis pela criação ilegal até os compradores que beneficiaram do comércio do gado.