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Produto Interno Bruto do Pará é o maior da Região Norte, aponta Fapespa | Economia

Pará mantém liderança no PIB da Região Norte, com destaque para o crescimento dos serviços e quedas em setores industriais

O Pará segue como o maior contribuinte do Produto Interno Bruto (PIB) na Região Norte, com participação de 41,1%. Em 2022, o estado apresentou um crescimento expressivo em diversas atividades econômicas, especialmente nos setores de serviços, artes, cultura e alimentação, enquanto alguns segmentos industriais enfrentaram quedas significativas.

Os dados foram divulgados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em colaboração com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e apresentados na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) esta semana. As informações fazem parte das Contas Regionais do Brasil de 2022, que detalham as variações do PIB estadual em comparação a 2021.

Entre as atividades com maior crescimento, destacam-se:

  • Artes, cultura, esporte e recreação, e outros serviços, com um aumento de 26,1%;
  • Alojamento e alimentação, com crescimento de 21,9%;
  • Serviços domésticos, que cresceram 17,3%;
  • Produção e distribuição de energia e água, que teve uma variação positiva de 11,4%.

Por outro lado, alguns setores registraram quedas em volume de produção, como a indústria extrativa, com redução de 10,9%, serviços de informação, que tiveram uma queda de 3,5%, e indústria de transformação, que sofreu uma retração de 1,9%.

Entre os setores produtivos, o setor de serviços, excluindo a administração pública, obteve o maior aumento na participação relativa no PIB do estado, subindo de 27% para 34,3%, com um crescimento de 7,3 pontos percentuais. Já o setor da administração pública teve uma participação de 22,6%, com aumento de 6% em relação a 2021. A agropecuária contribuiu com 11,4%, marcando um crescimento de 1,3%, enquanto a atividade industrial registrou uma queda significativa de 14,6%, com uma participação de 31,8% no PIB do estado.

Entre as atividades econômicas com maior participação no PIB estadual em termos de Valor Adicionado, o comércio, manutenção e reparação de veículos (10,6%) e as atividades imobiliárias (7,1%) mantiveram suas posições entre as três maiores. Já a agropecuária, embora tenha aumentado sua participação para 11,4%, não refletiu em crescimento no Valor Adicionado (VA), que caiu de R$ 24,29 bilhões para R$ 24,05 bilhões, uma redução de R$ 245 milhões em relação ao ano anterior.

A indústria extrativa foi um dos principais fatores de impacto negativo no VA, com uma queda expressiva de R$ 46,5 bilhões, reduzindo sua participação de 34,1% em 2021 para 16,7% em 2022. Isso se deve, em parte, à redução na produção mineral, que encolheu 9,9%, especialmente na extração de minério de ferro, cuja produção caiu 9,2%. A indústria extrativa também enfrentou dificuldades devido a elevados índices de chuva, além de processos de licenciamento e manutenção mais longos do que o previsto.

Segundo o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, a queda nas commodities minerais foi impactada pela redução da demanda global, especialmente pela China, um dos principais compradores. No entanto, ele destacou que setores como serviços e agropecuária ajudaram a compensar as perdas de outros setores.

A agropecuária em 2022 teve um desempenho positivo, especialmente na agricultura, com destaque para produtos como açaí, soja, milho e dendê, que tiveram aumento na produção e nos preços. A pecuária, por sua vez, também teve crescimento, com o rebanho bovino expandindo 3,6%, alcançando 24,79 milhões de cabeças de gado, o segundo maior rebanho do Brasil.

No setor industrial, a construção civil teve um bom desempenho, com contribuição de 13,1% no VA, gerando R$ 8,78 bilhões, o que representou um crescimento real de 7,3% em relação a 2021.

O setor de serviços, que já era de grande importância para a economia do Pará em 2021, continuou a ser o principal motor do crescimento em 2022. Ele representou 56,8% do PIB, equivalente a R$ 119,79 bilhões, com uma variação positiva de 14,7% em relação ao ano anterior. As principais atividades do setor, como administração pública, comércio e reparação de veículos e atividades imobiliárias, mantiveram sua relevância. Entre os destaques, as áreas de artes, cultura, esporte e recreação, alojamento e alimentação, e serviços domésticos apresentaram as maiores expansões.

Atyliana Dias, diretora de Estatística e Tecnologia da Fapespa, ressaltou que a parceria entre a Fapespa e o IBGE é essencial para garantir que os dados reflitam a realidade econômica do estado. Ela destacou que o PIB do Pará é um indicador fundamental para a tomada de decisões tanto no setor público quanto privado, contribuindo para o planejamento de políticas que promovam o crescimento sustentável e melhorem a qualidade de vida da população.

Por fim, o governador Helder Barbalho destacou a importância de diversificar a economia do estado e enfatizou a necessidade de continuar investindo na bioeconomia, especialmente na valorização da floresta em pé, como alternativa ao modelo econômico dependente das commodities minerais.

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