Polícia

Ringue de crueldade: 10 galos são apreendidos em rinha em fazenda no Marajó

No interior do estado do Pará, persiste uma prática cruel e desumana que mistura cinismo e perversidade: as rinhas de galos, onde a violência contra os animais não apenas é tolerada, mas é transformada em espetáculo para apostas e prazer mórbido. Sob a fachada de um evento clandestino, esses combates entre galos se tornam uma disputa sangrenta por dinheiro, alimentando a ganância e o desrespeito pela vida.

Em uma operação realizada no dia 17 de outubro em Salvaterra, localizada no arquipélago do Marajó, a Polícia Militar do Pará desmantelou mais um desses ringues de crueldade, após receber denúncias anônimas. Na fazenda alvo da operação, os agentes encontraram 10 galos destinados às rinhas, mantidos em condições degradantes, sendo preparados para lutar e, muitas vezes, para morrer. Ao perceberem a chegada da polícia, diversos envolvidos fugiram para a mata, mas um dos suspeitos foi capturado.

Com ele, foram apreendidos diversos itens perturbadores: seringas, agulhas, medicamentos, bicos de aço e até um facão, ferramentas utilizadas para intensificar a violência e o sofrimento dos animais. Em seu depoimento, o detido forneceu informações importantes que podem ajudar na identificação de outros responsáveis pela organização das rinhas.

Os galos resgatados foram encaminhados à Secretaria de Meio Ambiente de Salvaterra, onde estão recebendo cuidados após uma vida marcada pela tortura. A prática das rinhas de galos é proibida no Brasil desde 1961, por meio do Decreto nº 50.620, e é considerada crime pela Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998). Além disso, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, de 1978, condena de forma veemente qualquer tipo de maus-tratos a animais.

Contudo, a persistência dessa prática demonstra um desrespeito claro às leis e uma resistência cultural que precisa ser combatida.

Bestialidade Humana

As rinhas de galos não são apenas um crime; elas refletem uma face obscura da humanidade, em que os animais são forçados a lutar até a morte ou até perderem a consciência, com esporas de aço afiadas para aumentar o sofrimento. O combate e o sangue derramado são celebrados com apostas, enquanto a compaixão é abafada pela cobiça.

A Polícia Militar segue com as investigações, empenhada em desmantelar essa rede de crueldade e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça. A sociedade, por sua vez, tem a obrigação de denunciar esses crimes e lutar constantemente contra os maus-tratos aos animais, com respeito e empatia por todos os seres vivos.

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